por: Alberto Ronald Timm, Ph.D em Teologia.

Em sua obra How Should We Then Live?, Francis A. Schaeffer demonstra como a música contemporânea tem refletido a cosmovisão e os valores existenciais do homem contemporâneo (The Complete Works of Francis A. Schaeffer, 2.ª ed., vol. 5, págs. 195-209). Conflitos interiores, egocentrismo, sensualismo e abandono de padrões morais são alguns dos valores popularizados por grande parte da música moderna. Já desde a mais tenra idade, as crianças de nossa sociedade têm sido inescrupulosamente estimuladas, em nome da cultura e da popularidade, a substituir os valores morais do cristianismo tradicional pelo sensualismo de inúmeras canções populares, entoadas como melodias repetitivas e ritmos eletrizantes.
Embora o cristão seja ao mesmo tempo um cidadão deste mundo e do reino de Deus (ver Mt 22:21), ele não pode se esquecer de que sua cidadania celestial tem precedência sobre sua cidadania terrestre (Mt 6:33; Jo 17:14-16). Mesmo não tendo que romper com toda a música secular, o cristão deve ter em mente que o fato de uma música ser popular e culturalmente aceita não significa necessariamente que ela seja apropriada, pois nem sempre a maioria está correta. A cultura popular deve ser aceita apenas até o ponto em que não conflite com os valores bíblicos. Quando tal conflito surge, o verdadeiro cristão não hesita em romper com os componentes antibíblicos de sua própria cultura, pois, de acordo com o conceito apostólico, “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29).
O subjetivismo dos gostos pessoais e o apelo da cultura popular devem ser subjugados e reeducados em conformidade com os princípios normativos da Palavra de Deus. Não apenas a letra de uma música, mas também os estímulos da própria música sobre as emoções dos ouvintes devem ser cuidadosamente analisados. O rei Salomão nos adverte: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4:23).
Fonte: Sétimo Dia