Música, sexo e drogas ativam
mesmas substâncias no cérebro. Estudo afirma que sistema
químico-cerebral ligado à percepção do prazer é ativado quando se ouve música.
Descoberta é essencial para a neurociência, afirmam cientistas.

Um deles disse que sabia que a
canção que acabara de escutar era uma de suas preferidas, mas que não tinha
sentido as mesmas sensações de audições anteriores. Outro comentou: “Soa bem,
mas não me diz nada.”
Os pesquisadores consideram que
os avanços no estudo da origem neuroquímica do prazer são fundamentais para a
neurociência, já que muitas atividades prazerosas, como beber álcool e ter
relações sexuais, podem causar dependência.
Nota 1: Fiquei pensando com
meus botões... Assim como há alimentos indevidamente estimulantes e a
pornografia, que também “sequestra” o cérebro (especialmente dos homens), é possível,
igualmente, que haja músicas mais estimulantes/viciantes e que levem o cérebro
a um estado emocional não compatível com o culto, por exemplo. Assim como há
alimentos inadequados à saúde e sexo impróprio que prejudica o sexo que Deus
abençoou (com a pessoa certa, no momento certo e no contexto adequado), pode
ser que existam estilos musicais inadequados para quem quer ter uma mente pura
e apreciadora das coisas simples. Pelo visto, assim como há “pimenta” que
estraga alimentos, a sexualidade e a saúde física e mental, existem também
músicas “apimentadas” que deveriam ser deixadas de lado, especialmente em um
contexto de louvor e adoração, em que a racionalidade deve dominar sobre a
emotividade. É algo para se pensar... [MB]*
Nota 2: Segundo Ellen White,
“Satanás sabe que órgãos excitar [hiperestimular] para animar, monopolizar e
atrair a mente de modo que Cristo não seja desejado. Os anelos espirituais da
alma [...] ficam por esperar” (O Lar
Adventista, p. 407). E mais: “Se trabalharmos para criar excitação do
sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos
saber como manejar. [...] Importa não considerar nossa obra criar excitação.
Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 16, 17).*
Nota 3: O tema música e
adoração frequentemente desperta polêmica em certas igrejas, mas não deveria
ser assim. Vontades e preferências pessoais não deveriam estar em primeiro
plano. Quando alguém lê um texto ou livro que escrevi e me faz críticas bem
fundamentadas, fico grato a essa pessoa e encaro essas críticas como
aprendizado e possibilidade de melhorar meu trabalho. Os músicos sacros
deveriam agir da mesma forma. É claro que nem sempre é fácil admitir que uma
obra de nossa autoria não está adequada. Mas quem disse que, pelo fato de nos
especializarmos em certas áreas, seremos sempre os donos da verdade? Meus
textos não podem ser melhores? A música que alguns escrevem e compõem também
não pode ser melhor? Se fomos dotados por Deus de algum dom, temos o dever
sagrado de estudar sobre o assunto e pedir que Ele nos dê discernimento claro a
fim de usar esse dom da melhor maneira possível - para Ele, não para nós. No
caso da música de adoração, o Ser adorado é quem deve manifestar Sua
preferência. Sim, Ele respeita nossos gostos (se adequados) e aceita o que de
melhor podemos oferecer, mas podemos e devemos sempre crescer em compreensão e
conhecimento, a fim de que o nosso melhor se torne cada vez melhor; cada vez
mais próximo do ideal de Deus. Um fenômeno mais ou menos recente e que tem
causado preocupação é a chamada “gospelização” da música adventista. Talvez numa tentativa de agradar o gosto popular, alguns músicos estejam
exagerando no quesito percussão, carregando demais suas músicas de ritmos fortes
e, como visto na pesquisa acima, viciantes. Algo que também poderia ser
melhorado são as letras. Algumas músicas (muito bonitas, até) têm se parecido
com mantras repetidos à exaustão. A letra se resume a poucas linhas e o que
fica de conteúdo teológico é mínimo. Imagine em um tempo de provação ou mesmo
na época da perseguição prevista vasculharmos a memória em busca de hinos que
nos sustentem a fé e só encontramos músicas com algumas frases de efeito...
Precisamos de mais músicas com conteúdo teológico robusto e não meras
repetições com melodias emocionais e ritmos estimulantes. E precisamos, também,
orar pelos nossos músicos. Eles são tão importantes quanto os pregadores. O
ministério deles é indispensável para alcançar a mente e o coração das pessoas.
Precisamos apoiá-los, sustentá-los e orar por eles. Escrevo isto com muito
carinho, pois eu mesmo fui e tenho sido muito beneficiado pelo ministério
musical adventista. Certas músicas marcaram profundamente minha vida e serviram
de motivação em momentos especiais. Deus nos ajude a todos, a fim de que, em
amor e unidade, possamos sempre fazer o nosso melhor para Ele e para Sua
igreja. [MB]*
*As notas acima trazem observações feitas por Michelson Borges, que é pastor da
igreja adventista do sétimo dia, jornalista, escritor e mestre em teologia.
Fonte: Criacionismo