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Música afeta as emoções

Matéria interessante sobre a musicoterapia e seus benefícios, abordando em detalhes a influência da música, em seus diferentes parâmetros, sobre nossa mente e nosso corpo. Esses efeitos são reais e comprovados cientificamente. 

Ouvimos músicas que são benéficas à nossa saúde emocional e física? Nossa vida espiritual pode ser prejudicada se apreciarmos músicas que provocam distúrbios como ansiedade, agressividade ou euforia? A música que executamos exerce essa mesma influência sobre os ouvintes? Conhecendo um pouco mais sobre o poder dos sons, poderemos refletir sobre nossas escolhas no que diz respeito às músicas que consumimos ou apresentamos. Boa leitura!


Música afeta as emoções

por: Marina Oliveira e Thaís Macena

Você já passou pela experiência de colocar um som para relaxar, depois de um dia difícil? Ou de tocar uma música agitada ao chegar na academia, na tentativa de aumentar o pique? Se já fez isso é porque percebeu que os acordes são capazes de afetar as suas emoções. 

Partindo dessa mesma premissa, surgiu a musicoterapia, cujo objetivo é pesquisar a relação do homem com os sons, para transformar esse conhecimento em métodos terapêuticos. "Já sabemos que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro", explica a musicoterapeuta Maristela Smith, fundadora e coordenadora da área de musicoterapia do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). 

Quando uma música emociona, por exemplo, a estrutura do cerebelo – que modula a produção e a liberação dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina – é ativada, assim como a amígdala cerebelosa, a principal área do processamento emocional no córtex cerebral. Já quando acompanhamos uma canção, acessamos o hipocampo, responsável pelas memórias. 

Por isso mesmo, a música é capaz de influenciar não só o estado mental como também o físico. "O corpo tem uma tendência a seguir o ritmo ouvido, tanto em sua velocidade, quanto em sua altura e intensidade", diz Maristela. Consequentemente, os sons podem afetar as frequências cardíaca e respiratória, a pressão arterial, a contração muscular e até o ritmo do metabolismo. "Eles também podem ajudar a intensificar e a reduzir os estímulos sensoriais, como a dor", explica a musicoterapeuta. 

No combate ao câncer, por exemplo, o método já vem sendo utilizado, com bons resultados. "Nesse caso, a musicoterapia, além de trabalhar funções emocionais presentes, como a redução do estresse e da ansiedade, também contribui para o aumento dos circuitos neurais responsáveis pela diminuição da dor crônica", declara Maristela. 

Na Oncologia Pediátrica do Hospital da Criança Conceição e no Hospital São Lucas da PUC- RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), o trabalho com música rendeu uma melhoria de 74,8% no estado de ânimo das crianças hospitalizadas. 

"A música tem um enorme potencial sobre o cérebro humano, principalmente no que diz respeito ao sistema límbico, o centro de sentimento e emoções do cérebro, e ao resgate da memória", diz a musicoterapeuta Maria Helena Rockenbach, que conduziu a pesquisa. 

De acordo com o musicoterapeuta David Maldonado, que se especializou em intervenções musicais em neuropediatria pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), os sons também podem contribuir para fortalecer o sistema imunológico. 

"A música envolve a capacidade mental, emocional, física, social e fisiológica. Por isso, podemos recomendar a musicoterapia como coadjuvante no tratamento de quase todas as doenças", diz. 

Identidade sonora 

No cérebro, a capacidade de uma determinada música atingir uma região ou outra está vinculada com o maior ou menor prazer da audição. Por isso, antes de iniciar um processo de musicoterapia, é importante traçar a Identidade Sonora do Indivíduo, também chamada de ISO. 

"Cada pessoa tem um conjunto de sons e músicas que contam sua história, que fazem parte da sua vida. Esse conjunto é único, é como uma impressão digital. Na musicoterapia, acessamos elementos dessa identidade para resgatar situações vividas, desenvolver potenciais e dar novos significado a determinados conteúdos", explica a musicoterapeuta Luciana Frias, responsável pela implantação da Musicoterapia no IMIP (Instituto de Medicina Integral de Pernambuco). 

Essa investigação considera a música no contexto geral de vida do indivíduo e não apenas os sons que o agradam naquele momento. "A identidade sonora está intimamente ligada à história de vida, uma vez que a música perpassa toda a trajetória do ser, desde a vivência intrauterina até o seu momento final", afirma Maristela. 

Nessa pesquisa, os especialistas chegam às músicas capazes de despertar sentimentos positivos e negativos no indivíduo e, durante o tratamento, vão utilizar esses dados conforme a necessidade. 

"Pacientes epilépticos são capazes de entrar em crise se ouvirem determinados sons, assim como pacientes depressivos ou eufóricos podem agravar o quadro dependendo da música que lhes chega aos ouvidos. Por isso é tão importante que o tratamento seja sempre feito por um musicoterapeuta", explica Maristela Smith. 

O perigo da secularização


É crescente a secularização da música e de tudo o que envolve os cultos de adoração a Deus, momentos em que deve predominar somente aquilo que O agrada. Quaisquer aspectos que contribuam apenas para satisfazer as emoções do adorador hão de tornar o ambiente de adoração (igreja) mais semelhante às práticas musicais seculares (palco e plateia). Trata-se de uma questão de submissão à vontade de Deus em tudo o que diz respeito à adoração. 

O texto a seguir é o resumo de uma pesquisa realizada em março de 2014 por Jenise Torres, graduada em Letras e em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pós-graduada em Tecnologia Educacional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Que estes textos possam orientá-lo, trazendo respostas e fortalecendo novas decisões acerca da música que ouvimos, criamos e executamos. Boa leitura!

Secularização

por: Jenise Torres

Secularização é o processo através do qual uma pessoa, ou instituição religiosa, progressivamente adota os modelos de pensamento e de conduta do mundo. 

Estilo de vida é a forma como vivemos nossa vida cada dia. A forma como vivemos nossa vida é o que somos como pessoas. 

O estilo de vida de Jesus Cristo, registrado nos evangelhos, mostra total incompatibilidade com os padrões e as práticas da sociedade humana. A verdadeira experiência cristã é aquela que imita Jesus Cristo no estilo de viver em todas as áreas da vida, em qualquer lugar e em qualquer ocasião. 

Deveriam o gosto pessoal e os costumes culturais da sociedade ser as bases de qualquer critério para definir o que é ou não é apropriado nos cultos? 

Qual é o efeito do uso de tambores, e instrumentos assemelhados, no caráter dos cultos? Esses instrumentos contribuem para a reverência? 

A contribuição musical que os tambores podem oferecer limita-se ao reforço rítmico que gera fortes respostas corporal e emocional, porque esses instrumentos não produzem nem melodia [com exceção do tímpano e do steel drum] nem harmonia.

As igrejas que adotam o uso desses instrumentos nos cultos amadurecem espiritualmente? Ou o resultado é apenas o aumento da quantidade de pessoas nos cultos? 

Qual é o verdadeiro motivo para nos cultos serem adotados os tambores e todos os estilos musicais que os usam? Seria para criar um ambiente mais semelhante às práticas musicais seculares? A quais interesses este padrão musical secular adotado por determinadas igrejas pretende satisfazer? 

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens e ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo por nós para nos remir de toda a maldade e purificar para Si um povo todo Seu, consagrado às boas obras”. Tito 2:11 a 14. 

“Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, assim como Eu também não sou. Santifica-os na verdade, a Tua palavra é a verdade”. João 17: 15 a 17. 

Outros textos selecionados* para a nossa reflexão: 

“Satanás está alerta, a fim de poder encontrar a mente num momento de desatenção, e assim tomar posse dela. Não precisamos ficar ignorantes de suas estratégias, tampouco ser por elas vencidos”. (MCP, vol. 1, p. 24).

“Erros serão apresentados de maneira agradável e lisonjeira. As mais sedutoras influências serão exercidas; mentes serão hipnotizadas”. (TI, vol. 8, p. 292).

“Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas”. (GC, p. 595). 

“Entre os anjos não há exibições musicais tais como: movimentação física, voz áspera e estridente, uso de todo o poder e volume de voz que é possível. Isso não traz nenhuma melodia para aqueles que a ouvem na terra ou no Céu. Essa maneira não é aceitável a Deus”. (ME, vol. 3, p. 333)

“Digo a todos: Estai de sobreaviso, pois, como anjo de luz, Satanás está percorrendo todas as reuniões de obreiros cristãos, e em cada igreja procura ganhar para o seu lado os membros”. (TS, vol. 3, p. 272).

“Não permitais que vossos esforços sejam no sentido de seguir os modos do mundo, mas as maneiras de Deus. Os que, em seu trabalho para Deus, confiam em planos mundanos para obter êxito, hão de fracassar. O Senhor requer uma mudança em vossa maneira de trabalhar”. (Ev, p. 148)

"A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. Tais pessoas estão, porém, em terreno perigoso. É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres, e dessa maneira tem ganhado o controle de almas. Tão suave, tão plausível é o trabalho do inimigo que não se suspeita dos seus ardis, e muitos membros de igreja tornam-se mais amigos dos prazeres que amigos de Deus”. (ME, vol. 3, p. 332)

“Ele [Satanás] levará o maior número possível a se tornar no procedimento, semelhante ao mundo, imitando-lhe os costumes”. (CI, p. 84)

“O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruídos. Isto é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e o barulho para ser ter um carnaval, e isto será chamado de operação do Espírito Santo”. (ME, vol. 2, p. 37)

“O mesmo mal que agora existe em nossas igrejas tem existido há anos. Formalidade, orgulho e amor à ostentação têm ocupado o lugar de verdadeira piedade e humilde devoção”. (FEC, p. 253)

“O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente”. (ME, vol. 2, p. 38)

“A movimentação física no cantar é de pouco proveito. Tudo que de algum modo está ligado com o culto religioso deve ser elevado, solene e impressivo. Notas ásperas e gesticulações exageradas não são exibidas entre os componentes do coro angelical”. (ME, vol. 3, p. 333)

“Caso estejamos realmente jornadeando [para o Céu], o espírito do Céu habitará em nosso coração aqui. Mas, se não encontrarmos prazer agora na contemplação das coisas celestiais; se não temos qualquer interesse em buscar o conhecimento de Deus, deleite algum em deter os olhos no caráter de Cristo; se a santidade não exerce a menor atração sobre nós – podemos estar certos de que é vã nossa esperança do Céu”. (VC, p. 64)

“Sua religião parece ser mais da natureza de um estimulante do que uma permanente fé em Cristo. Os verdadeiros pastores conhecem o valor da obra interior do Espírito Santo sobre o coração humano. Satisfazem-se com a simplicidade nos cultos. Em vez de dar valor ao canto popular, volvem sua atenção principalmente para o estudo da Palavra, e dão de coração louvor a Deus”. (Ev, p. 502)

“Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos”. (Ev, p. 510)

“As formas, cerimônias e realizações musicais não são a força da igreja. No entanto, estas coisas tomaram o lugar que deveria ser dado a Deus, tal como se deu no culto dos judeus”. (Ev, p. 512)

“Nada do que é sagrado, nada do que está ligado ao culto divino, deve ser tratado com negligência ou indiferença. Para que os homens possam verdadeiramente glorificar a Deus, importa que em sua associação de ideias façam distinção entre o que é sagrado e o que é profano”. (TS, p. 194)

“Há Arãos flexíveis, que ao mesmo tempo em que mantêm posições de autoridade na igreja, cederão aos desejos dos que não são consagrados, e assim os induzirão ao pecado”. (PP, p. 317)

“A menos que aos crentes sejam inculcadas ideias precisas acerca do culto verdadeiro e da verdadeira reverência para com Deus, prevalecerá entre eles a tendência para nivelar o sagrado ao comum. Tais pessoas, professando a verdade, serão uma ofensa a Deus e uma lástima para a religião”. (TS, vol.2, p. 202)

“Alguns pastores cometem o erro de pensar que o sucesso depende de arrastar uma grande congregação pelo aparato exterior, anunciando depois a mensagem da verdade em estilo teatral. Isso, porém, é empregar fogo comum, em lugar de fogo sagrado ateado por Deus. O Senhor não é glorificado por essa maneira de trabalhar. Não por meio de notícias sensacionalistas e dispendiosas exibições, que há de Sua obra ser levada a cabo, mas seguindo os métodos de Cristo”. (Ev, p. 136)

“O inimigo acompanhará de perto e aproveitará todas as vantagens que tiver das circunstâncias, a fim de rebaixar a verdade pela introdução de demonstrações indignas. Nenhuma dessas apresentações deve ser permitida. As preciosas verdades que nos foram dadas devem ser pregadas com toda a solenidade e com santa reverência”. (Ev, p. 138)

“Quando se corrompeu a primitiva igreja, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus”. (EF, p. 228)

“Quando o Senhor opera mediante instrumentos humanos, quando os homens são movidos com poder do alto, Satanás leva seus agentes a exclamar: Fanatismo! e a advertir o povo a não ir a extremos”. (OE, p. 170)

“Aquele que abafa as convicções do dever pelo fato de este se achar em conflito com as tendências pessoais perderá finalmente a capacidade de discernir a verdade do erro. A pessoa se separa de Deus. Onde a verdade divina for desdenhada, a igreja será deixada em trevas, a fé e o amor esfriarão, e surgirá a dissensão”. (GC, p. 169)

"Muitos que tiveram grande luz, grandes oportunidades e toda a vantagem espiritual dão louvor a Cristo e ao mundo numa mesma expressão. Curvam-se perante Deus e Mamom. Alegram-se com os filhos do mundo não obstante declarem ser abençoados com os filhos de Deus. Desejam ter a Cristo como Salvador, mas não querem levar a cruz e tomar Seu jugo”. (TI, p. 76)

* Textos de Ellen G. White

A professora Jenise Torres organizou a coletânea No Templo Cristão, reunindo textos de diferentes autores sobre o tema da música na adoração a Deus.

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
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