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O convite de Ana Caram

A cantora brasileira Ana Caram é mundialmente conhecida, com uma trajetória de sucesso que inclui nove CDs lançados no exterior, além de performances ao lado de nomes como Tom Jobim, Stanley Clarke, Paquito D’Rivera e outros músicos famosos. Ao descrever suas experiências musicais e espirituais, Ana fala de escolhas que mudaram o rumo de sua vida e de sua arte. Confira!



Fontes de inspiração ou objetos de adoração?

por: Daniel Azevedo

"Não terás outros deuses diante de Mim." Êxodo 20:3

Há uma linha tênue entre manifestar admiração por alguém e torná-lo objeto de adoração. Pense nos ídolos da música que atraem milhares de fãs aos seus shows. Seus admiradores investem tempo e dinheiro consumindo um “pacote de serviços” que inclui músicas, vídeos, imagens, hábitos, linguagem, vestuário, corte de cabelo e outros itens. Suas mensagens e atitudes influenciam poderosamente o comportamento de seus seguidores. A admiração toma a forma de idolatria. 

Na adolescência, a música predominante no meu círculo de amizades era o rock e o heavy metal. Aparentemente, toda aquela informação musical e visual era inofensiva. Letras, roupas, gestos e símbolos pareciam não me influenciar, mas estes aspectos eram parte de um estilo de vida que, pouco a pouco, moldava as minhas atitudes. Com o tempo, comecei a refletir no meu modo de vestir, falar e agir, as características daquilo que eu contemplava. Meu comportamento revelava a quem eu seguia, a quem imitava e a quem adorava. 

Muitos jovens buscam uma identidade, um grupo que os compreenda e os aceite. Na maioria das vezes, como no exemplo acima, a música é quem os guia. Pessoas demasiadamente expostas a um determinado estilo musical ou cultura são fortemente influenciadas. A mudança é nítida e inevitável. 

Lembro-me de quando assisti a alguns shows destas bandas. A atmosfera era semelhante a um culto, onde uma massa humana imitava seus gestos e entoava suas canções, que falavam essencialmente sobre ocultismo e adoração. 

Mais tarde, meu gosto musical mudou bastante. Procurei conhecer diferentes estilos onde houvesse maior destaque para o contrabaixo. Eu desejava aprender novas técnicas e me aprofundar no estudo deste instrumento. Passei a ouvir e a admirar músicos de jazz e alguns deles tornaram-se ídolos para mim. Durante longas horas de estudo, eu costumava contemplar fotos e pôsteres de baixistas e outros instrumentistas de jazz já falecidos. Estes se tornaram a minha fonte de inspiração. 

Eu era atraído pela técnica destes músicos e desejava imitá-los, sem me preocupar com o seu caráter. Não é preciso pesquisar muito para constatar que grandes nomes do jazz, como Charlie Parker, Miles Davis, John Coltrane, Bill Evans e tantos outros, mancharam sua genialidade entregando-se ao consumo de heroína, álcool e outras drogas. Sofreram com uma saúde extremamente debilitada e tiveram uma morte precoce. Como resultado, gerações de instrumentistas e admiradores foram influenciadas, não somente por sua arte, mas também por seus hábitos. 

“Os seres humanos foram criados com uma necessidade inata de prestar culto a alguém ou a alguma coisa. A Bíblia nos conta que, nos tempos antigos, aqueles que não conheciam ou criam no Deus da criação prestavam cultos a deuses de madeira e pedra, de acordo com os atributos da sua própria imaginação. Havia ainda os que adoravam o sol, a lua e as estrelas. Mesmo hoje, o deus do materialismo e até a própria pessoa, são objetos de adoração para muitos”, destaca a doutora em Arte Musical Eurydice V. Osterman, em seu livro O que Deus Diz Sobre a Música. A autora define o verbo adorar como “expressão de louvor e devoção a um ser ou poder sobrenatural que possui a afeição de alguém”. 

Quem ou o que possui a sua afeição hoje? Pessoas, dinheiro, futebol, cultura, prazer? Está você fazendo disso um deus? Talvez você também seja músico e tenha essa mesma tendência de adorar a outros músicos. Deus, em Sua Palavra, expressa com clareza Sua vontade com relação à adoração: 

“Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a Ele darás culto.” Mateus 4:10

“...caí de joelhos aos pés do anjo que me mostrou essas coisas, e ia adorá-lo. Mas ele me disse: Não faças isso! [...] Adore a Deus!” Apocalipse 22:9

“...e adorai Aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas.” Apocalipse 14:7

“Ao Rei eterno, imortal e invisível, o único Deus – a Ele sejam dadas a honra e a glória, para sempre!” I Timóteo 1:17 

Existem inúmeras razões para adorar a Deus, mas quero destacar apenas uma - amor. É impossível conhecer a Deus e permanecer indiferente diante de tão grande amor, que se manifestou por nós em Seu Filho, Jesus Cristo. 

Quando percebemos que, apesar de todos os nossos defeitos de caráter, Deus nos ama e deseja que sejamos felizes ao Seu lado, somos inundados com um sentimento misto de vergonha e alegria. Seu amor gera em nós o desejo de servi-Lo, de andar segundo a Sua vontade, de imitar o Seu caráter. Passamos a amá-Lo também e esse amor é o que nos motiva a adorá-Lo de muitas formas, inclusive através da música. 

“Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses.” Salmo 135:5

Um novo significado para a música

por: Daniel Azevedo

Há muitos exemplos de músicos que alcançaram a excelência em sua arte,  massem permitir que quaisquer fatores modificassem seus princípios ou seu caráter. Muitos deles encontraram uma fonte infinita de inspiração em seu relacionamento pessoal com Cristo. A Ele, expressaram sua adoração através de lindas composições.

A imagem ao lado representa o rei Davi adorando a Deus com seu instrumento. Davi escreveu inúmeras canções de louvor, profundamente inspiradas. As letras de suas composições estão registradas nos Salmos, livro poético das Escrituras. Davi adorava a Deus como seu Criador e Mantenedor, sua proteção e auxílio em meio às lutas do viver.

“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos.” Salmo 19:1

“Na minha angústia, clamo ao Senhor e ele me ouve.” Salmo 120:1

“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.” Salmo 51:1

“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Salmo 19:14

Johann Sebastian Bach (1685-1750) é, sem dúvidas, o mais influente compositor cristão da história da música. Muitos o consideram como um dos maiores gênios musicais da cultura ocidental. Sua obra é amplamente executada e apreciada, não somente no meio erudito, mas em diferentes contextos e segmentos musicais.

Segundo Bach, "o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser outro além da glória de Deus e a renovação da alma". Costumava concluir suas obras com as iniciais S. D. G. (Soli Deo Gloria), dedicando-as "à glória de Deus somente".

Há algum tempo, venho buscando inspiração nesta mesma Fonte. Nunca antes havia escrito letras de canções, mas como resultado de um relacionamento com Jesus, há muito mais a dizer ou expressar. Há um prazer indescritível em tocar, cantar ou compor músicas que descrevem profundamente aquilo em que acreditamos.

Quando adoramos a Deus através da música, manifestamos amor, gratidão e alegria Àquele que nos ama infinitamente e incondicionalmente. Músicos e ouvintes são envolvidos numa atmosfera de louvor e a música ganha um novo e maravilhoso significado em nossas vidas!

“Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver.” Salmo 146:2

Vendo o invisível

por: Daniel Azevedo

"Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." Hebreus 11:1

A fé parece ser algo difícil de praticar. Em situações extremas, é comum confiarmos somente naquilo que é visível, palpável. Mas o texto acima nos sugere um caminho inverso. Que tal exercitar a certeza sobre algo que ainda não aconteceu? Ou dar um passo à frente quando se está em completa escuridão?

Medo seria a palavra certa para descrever o que sinto quando penso a respeito. E se, apesar do medo houver uma garantia, uma promessa, como "não se assuste, apenas confie"?

Um dia decidi experimentar essa nova maneira de encarar as coisas, confiando em algo que não via e crendo que tudo estava sob controle, mas não sob o meu controle. Escolhi acreditar que, em meio aos problemas, a minha impossibilidade era a oportunidade para Deus agir.

Em 2005, após abandonar os palcos, permaneci apenas ministrando aulas de contrabaixo durante um bom tempo. Minha estabilidade financeira foi bastante abalada nesse período, me obrigando a simplificar hábitos e resumir despesas.

Acreditei que deveria buscar um novo caminho profissional distante da música, pois não pretendia mais me envolver com o meio artístico. Decidi retomar os estudos e cursar uma faculdade de história ou psicologia. Ao mesmo tempo, procurei exercitar a fé, esperando e crendo que Deus mostraria a melhor solução para todas as coisas, no tempo certo. E, de fato, Ele reservava grandes surpresas para mim.

“Invoca-Me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” Jeremias 33:3

Após várias tentativas frustradas de mudar o curso das coisas, percebi que as circunstâncias me conduziam sempre de volta para a música. De repente, o número de alunos começou a aumentar muito. Jamais tivera tantos alunos de contrabaixo num mesmo período.

Nas escolas de música onde atuava, eu convivia com muitos professores. Um dia, numa reunião pedagógica, notei que estava ao lado de profissionais com formação superior em música. Alguns eram bem mais velhos do que eu e dedicavam-se à educação musical com seriedade e prazer. Até então, eu jamais havia priorizado meu trabalho como educador, mesmo tendo exercido essa função há anos. Sempre fui um instrumentista que, nas horas vagas, ensinava música. Mas ali estava um grande grupo de pessoas que havia construído uma trajetória profissional através da educação musical.

Então, foi como se uma voz sussurrasse aos meus ouvidos:

“Daniel, o que o impede de prosseguir nessa direção? Você já é um músico e ministra aulas há mais de dez anos. Olhe para os seus colegas. São professores felizes e bem-sucedidos. Eu sei que a música é a sua paixão. Confie em Mim.”

Imediatamente, comecei a coletar informações sobre cursos de música, além de conselhos sobre o assunto com colegas mais experientes. Orei bastante sobre esta decisão. Em poucos meses, eu realizaria uma prova e seria contemplado com uma das duas bolsas de estudos oferecidas naquele ano para o curso de licenciatura em música, por uma universidade privada de Porto Alegre.

O caminho até aqui havia sido aberto muito rapidamente. Era clara a direção de Deus em todos os momentos, desde o aumento no número de alunos até os resultados da prova, a classificação e o ingresso na faculdade. Era possível perceber Sua providência e orientação. Mas as respostas não pararam por aí.

Na faculdade, tive contato com áreas da música que eram inexploradas para mim, como o canto coral, a regência e a prática de flauta doce, entre outras atividades pedagógicas. Após dois semestres, fui indicado para trabalhar como professor de musicalização infantil e canto coral em uma das maiores escolas da Rede Adventista de Educação do sul do país.

Perceba a ordem dos fatos. Uma coisa não seria possível sem a outra. Sem o preparo acadêmico, eu não poderia desempenhar tal função. Nem mesmo haveria contratação. Tudo isso seria mera coincidência?

Hoje percebo os planos de Deus se cumprindo em minha vida, no meu trabalho como músico e professor, à frente de vários projetos musicais que têm beneficiado muitas pessoas. Deus me preparou para algo novo, com que eu jamais sonhara. E certamente, Ele tem planos incríveis para você também. Basta ter fé nAquele que tudo pode. Experimente! Dê o primeiro passo.

"Não temas porque Eu sou contigo; não te assombres porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10

A música e o sobrenatural I

por: Daniel Azevedo

“Levou-lhe ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e Lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” Mateus 4:8 e 9 

Houve um tempo em que, buscando o sucesso pessoal e profissional como instrumentista, desejei tocar ao lado de músicos famosos. Na época fui indicado para acompanhar um artista conhecido, mas antes de ser chamado, soube que já havia outro baixista em meu lugar.

Uma pessoa próxima costumava frequentar uma casa onde consultavam espíritos e, segundo diziam, faziam somente o bem. Então, esses espíritos me enviaram um recado por essa pessoa, dizendo que, para conseguir o que eu desejava, ou seja, obter um lugar de sucesso junto a um renomado artista, eu teria de seguir algumas instruções especiais.

Eu deveria, segundo eles, realizar rituais na minha própria casa, utilizando velas, cinza, ervas e outros ingredientes estranhos durante alguns dias, sempre num horário determinado. Diariamente, após o ritual, deveria sair e jogar toda a sujeira na rua.

É claro que, no primeiro momento, achei tudo isso um completo absurdo. Não chegaria a tal ponto de me sujar com cinza e outras imundícies. Mas por outro lado, eu já vivenciara experiências semelhantes durante a infância e restava ainda em mim um resquício de fé nos espíritos. Aprendera quando criança que havia espíritos “bons” e “maus”. E desta vez, as instruções pareciam vir do lado “bom”.

Havia também o desejo de "me dar bem", de ser um músico bem sucedido. Afinal, o que os outros iriam pensar? Certamente muitos desejariam estar no meu lugar e invejariam o meu novo “cargo”. Eu não poderia perder aquela chance por nada.

Assim, demonstrando fé na existência de espíritos de pessoas mortas, bem como no seu suposto poder de controlar o futuro, me submeti às suas ordens e cumpri uma série de rituais, sempre movido pela cobiça.

No dia seguinte à última sessão de rezas e velas acesas, o telefone tocou. Era o próprio cantor me convidando para formar a banda que o acompanharia nos próximos shows. Surpreso com o chamado, tive uma falsa sensação de conquista pessoal. Não entendia, na época, como as coisas poderiam ter acontecido tão rapidamente, mas associava os resultados à experiência com os supostos espíritos.

Muitos artistas atingem o topo de suas carreiras através de métodos semelhantes. Alguns se submetem a provas de fé realmente degradantes, como por exemplo, exumar um cadáver e comer carne humana. Já passaram das primeiras etapas, onde realizaram coisas mais simples . Precisam então se aprofundar mais e mais no relacionamento com os espíritos provando, mediante suas exigências, o quanto realmente creem neles. Não importa o quanto tenham de se rebaixar, o desejo pelo sucesso está acima de qualquer coisa.

Quem são esses espíritos que imitam pessoas já falecidas, muitas vezes personificando nossos próprios entes queridos? São eles realmente quem dizem ser? Nos textos abaixo percebemos que, de acordo com a Bíblia, não há vida após a morte.

“... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” Hebreus 9:27

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5-6

“Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” Salmos 146:4

As Escrituras são claras com relação à natureza desses enganos e revelam a verdadeira identidade dos espíritos.

“Houve peleja no céu. Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.” Apocalipse 12:7-9

A palavra Miguel significa “Aquele que é como Deus”. Na Bíblia, se refere sempre à pessoa de Jesus Cristo. Assim, compreendemos que os chamados “espíritos” são, na verdade, anjos que após grande rebelião foram derrotados e expulsos do céu, juntamente com seu líder Lúcifer, aqui simbolizado como um dragão.

Estes anjos caídos, que podemos chamar de demônios, estão ao nosso redor e interferem na nossa vida como se fossem entidades ou espíritos de mortos. Para muitos, porém, eles se revelam de forma bastante direta, sem disfarces.

A partir do momento em que revelamos fé nestes seres através da obediência e da adoração, permitimos sua operação em nossa vida. Então, fazendo parecer que estão no controle de acontecimentos futuros, manipulam as circunstâncias para que se cumpram suas predições. Criam uma relação de troca de favores, oferecendo prosperidade, fama e fortuna se os adorarmos como se fossem deuses.

Aos poucos, percebi o quanto estava enredado nestes enganos, dando crédito a uma farsa. Pouco tempo depois, tomei a decisão de me desligar daquele trabalho.

Hoje percebo que há um caminho melhor para alcançar realização. Falo de um prazer maior do que aquele que o mundo oferece, pois com o dinheiro e os aplausos permanecia o vazio de um sucesso passageiro, sem significado ou propósito.

Há um prazer duradouro quando adoramos e servimos ao verdadeiro Deus, quando nos sentimos como instrumentos em Suas mãos. Há paz e descanso quando submetemos nossos sonhos à sua vontade, pois Ele certamente cuidará de tudo, no Seu tempo.

“Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3

“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor [...]” Deuteronômio 18:10-12

As mãos do Mestre

por: Daniel Azevedo

Podemos aprender muito observando as mãos de instrumentistas e regentes. Aprendi a tocar contrabaixo elétrico observando as mãos do meu professor, enquanto me ensinava a obter o melhor som. Gravava seus movimentos e procurava imitá-lo. O mesmo acontecia quando observava outros músicos.

Mais tarde, decidi estudar contrabaixo acústico sem professor. Passei a colecionar fotos de contrabaixistas para observar suas mãos. Buscava reproduzir a postura e o posicionamento das mãos destes músicos, associando as diferentes abordagens às respectivas sonoridades.

Quando observo as mãos de um regente à frente de um coral ou orquestra, posso ver suas emoções sendo transmitidas aos músicos através de movimentos e expressões. Observo duas mãos moldando o som de muitas vozes e instrumentos.

Hoje quero contemplar com você as mãos de Jesus Cristo. São as mãos de um carpinteiro, mãos que desde a juventude conheceram o labor. Não buscaram exaltação ou benefício próprio, mas estiveram sempre prontas para servir a outros e para fazer o bem. As mãos de Jesus não dedilharam cordas, mas tocaram corações despedaçados, curaram enfermos e alimentaram famintos. Não conduziram vozes ou instrumentos, mas conduziram vidas destruídas ao arrependimento e perdão.

Mas estas mesmas mãos foram violentamente estendidas e atravessadas por enormes pregos. Sangraram, presas a uma cruz. Trazem marcas, cicatrizes que nos fazem refletir sobre um acontecimento que mudou o curso da nossa história. Estas mãos feridas intercedem hoje por nós junto ao Pai. As marcas são a garantia da nossa salvação. Por mais que tenhamos errado ou por mais longe que estejamos de Deus temos, mediante a fé, a certeza de que somos perdoados e aceitos como filhos Seus.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

"Nas palmas das minhas mãos te tenho gravado." Isaías 49:16.

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
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