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Há significado e forma para adoração?

Lilianne Doukhan nasceu na Suíça e começou a estudar piano aos quatro anos de idade, em Viena, Áustria. Recebeu o Primeiro Prêmio em Performance de Piano no Conservatório Nacional de Estrasburgo. Obteve um mestrado em Ciências Humanas (Universidade de Estrasburgo, França), bem como em Música (Andrews University), e possui um Ph.D. em Musicologia pela Michigan State University. Realiza palestras e oficinas de música sacra em todo o mundo, trazendo uma experiência de vida multi-cultural em seu ensino. É autora do livro In Tune with God e atua como editora de uma coleção de artigos sobre adoração.

por: Lilianne Doukhan

Como adoraremos?

Todos nós adoramos de uma maneira ou de outra. Até mesmo aqueles que não acreditam em religião adoram. Eles adoram ídolos do esporte, da música ou o dinheiro. Fomos criados para a adoração. A criação de Adão e Eva por Deus no sexto dia, o dia que precede o sábado, tem um significado teológico e sociológico profundo. O Criador pretendia que na vida dos seres humanos a adoração tivesse prioridade sobre qualquer outra atividade humana. É essa prioridade que exige dos seguidores de Deus que eles não só adorem, mas também o façam da maneira certa. O fato e modo da adoração não podem ser considerados irrelevantes. 

Qual é a forma correta de adoração? Há só uma forma ou estilo correto? As formas de adoração mudaram com o passar do tempo? Quem decide que forma ou configuração é a mais apropriada? Pondo de lado as opiniões e preferências pessoais, precisamos descobrir a resposta na Palavra de Deus.

O significado da adoração 

As Escrituras proveem-nos vários modelos de adoração. Um dos mais claros está em Isaías 6:1-8, onde o profeta relata a visão que teve de uma cena de adoração celestial. Esse texto nos apresenta um programa, até mesmo uma ordem de adoração. 

O capítulo tem início com uma visão de Deus em Seu trono celestial, uma visão de beleza, poder, majestade e reverência. Aqui aprendemos primeiramente por que prestamos culto: para responder à presença de Deus e atender Seu chamado à adoração. 

Os Salmos -- textos tradicionais de adoração e louvor de Israel -- nos ajudam a descobrir como adorar: com alegria e reverência. O tema percorre os Salmos e é expresso em frases como: "Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemo-nos diante do Senhor, o nosso Criador" (Salmo 95:1, 6).

Equilibrar alegria e reverência representa um desafio. Nos serviços de adoração, freqüentemente praticamos uma com exclusão da outra, e de algum modo não descobrimos o modo de combinar as duas. Parece difícil ser reverente e ao mesmo tempo jubiloso. Mas, isto é o que a Palavra de Deus diz que devemos fazer no culto de adoração. 

Além disso, quando vamos adorar precisamos descobrir a quem adoramos. A adoração não é algo que fazemos para nós mesmos. Ela deve ser feita para Deus e a Deus. É uma atividade centralizada em Deus, inteiramente focalizada nEle (veja Salmo 9:1 e 2). Não vamos adorar principalmente para obter bênçãos, para aprender algo ou desfrutar companheirismo. O propósito principal da adoração é ir a Deus, dar-Lhe glória e falar sobre Seus feitos. 

Adorar, portanto, é uma experiência de parceria: Deus, de um lado, inicia o chamado à adoração e o adorador responde ao chamado.

Para que a adoração tenha lugar, é preciso seja ela significativa a ambas as partes. A adoração significativa é agradável a Deus. O Salmo 19 é bem claro nesse ponto: "Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a Ti" (Salmo 19:14). Contudo, com que freqüência esforçamo-nos para agradar a congregação ao planejarmos nosso culto de adoração!

A motivação determina nosso pensamento e organização no que respeita à adoração. A primeira preocupação que devemos ter em nosso coração sempre que lidarmos com formas e formatos de adoração é: "Será que isso vai agradar a Deus?" Quando queremos agradar alguém, tentamos descobrir o que a pessoa é: Qual é o seu caráter? O que ela gosta de fazer? Como ela se relaciona conosco? Precisamos fazer as mesmas perguntas para descobrir o que vai agradar a Deus. As respostas obtidas orientarão nossa busca pelo que é apropriado na adoração. 

A adoração, porém, deve ser também significativa para o adorador. É importante descobrir se o culto de adoração é relevante para nossa congregação, isto é, se ela achará significado nele. Isso nos chama a atenção para a importância dos símbolos. Na adoração, o significado está repleto de símbolos como a Ceia do Senhor, o batismo, a leitura da Bíblia, a oração, a música, a arquitetura, etc. Todos esses são "sinais" importantes para comunicar o significado da adoração, e deveriam contribuir para que ela seja viva e relevante. 

Essa é uma tarefa difícil. E até muito mais difícil é combinar as duas coisas: o que é apropriado e a relevância. Como pode a adoração ser agradável a Deus e, ao mesmo tempo, relevante para a congregação? Como podemos combinar o elemento divino da convocação e o elemento humano da resposta em nossa experiência de adoração?

As formas de adoração

Lilianne Doukhan
O serviço de adoração diz respeito a toda a congregação e não só ao pastor. Nesse aspecto, precisamos educar nossas congregações, bem como os nossos pastores, dirigentes de culto e de música. Nossos dirigentes de culto e de música freqüentemente servem a congregação com seus talentos e sua boa intenção. Os músicos, especialmente os que são treinados em habilidades específicas, devem lembrar-se de que a adoração é um momento muito especial. Nela você não apenas "executa música". Na adoração você não apenas "interage" com a congregação. Não apenas "lê um texto". Você faz todas essas coisas na presença de Deus e para Deus.

A verdadeira adoração, em sua essência e suas formas, começa com o aprender e ensinar sobre ela. A educação, o exemplo, o aconselhamento, o preparo de líderes e da congregação são todos ingredientes nesse processo de aprendizagem.

Aprender sobre a adoração suscita perguntas importantes: Há um estilo ou formato particular que Deus mais aprecia? Há uma maneira melhor de prestar culto? Há um modo para o mundo todo adorar? A Bíblia esclarece que não é tanto o estilo ou formato da adoração em si que importa a Deus. O que Deus está buscando é a condição e a atitude do coração do adorador. A expectativa mais elevada na adoração, aos olhos de Deus, é "um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito" (Salmo 51:17). Deus não aprecia nossos sacrifícios, nossas formas de adoração, quando não encaminhamos a conversa para "praticar a justiça, amar a fidelidade, e andar humildemente com o seu Deus" (Miquéias 6:8).  

É, portanto, a transformação genuína do coração que vai garantir o formato genuíno de adoração. Qualquer formato que utilizemos será destituído de significado se não o fizermos com um coração transformado. Numa corporação global, multicultural, como a Igreja Adventista, onde quer que adoremos, os mesmos princípios devem guiar nossa compreensão do que é a adoração. Derivados da Palavra de Deus, esses princípios são imutáveis e eternos, independentemente de tempo ou lugar. A divergência está em nossas expressões de adoração, no modo como adoramos. Precisamos determinar que atitudes, moldadas por nossa cultura, expressarão melhor a reverência. Aqui a pergunta real é: "Este modo particular de expressão, dentro de dada cultura, será verdadeiramente entendido como expressando reverência a Deus?"

O mesmo é verdade com respeito à alegria. Há modos diferentes de ser alegre. Alguns saltam e gritam, outros são calmamente alegres. Qualquer que seja a cultura em que vivemos, precisamos descobrir o modo mais legítimo de expressar a alegria que procede da adoração bíblica. Que tipo de alegria deveríamos esperar desfrutar na adoração? Há diferença entre o tipo de alegria que experimentamos na adoração e a celebração que fazemos num jogo de futebol ou num evento musical? A alegria proveniente da adoração é muito especial, incomum. Ela é semelhante à nossa alegria humana, mas também muito diferente. O relato feito por Neemias sobre a dedicação dos muros de Jerusalém após o retorno de Israel do exílio, diz que eles estavam contentes "porque Deus os enchera de grande alegria" (Neemias 12:43). Assim, a alegria na adoração é um contentamento concedido por Deus, o resultado de nosso encontro com Ele e daquilo que Ele fez por nós. Nossa busca dessa alegria concedida por Ele é muito importante porque ela amoldará nossas expressões de adoração: a maneira como nos comportamos durante o serviço de adoração, a música que executamos e como executamos essa música. 

Uma das difíceis realidades da adoração é que ela traz consigo uma tensão, como podemos notar, entre o participante humano e o participante divino; entre as expressões de alegria e reverência, e entre o que é apropriado e o que é relevante. Essa é uma tensão saudável porque constantemente nos desafia em nossa adoração. Ela requer que não poupemos esforços para encontrar um equilíbrio sadio entre os dois elementos. Essa tarefa não pode ser feita por uma única pessoa; ela envolve toda a congregação para assegurar que nossa adoração seja agradável a Deus. 

Sob a perspectiva dessa tensão, qualquer discussão sobre formas e formatos de adoração toma uma nova direção. A questão não é mais escolher entre estilos -- o que poderia significar que há alguns estilos melhores do que outros -- mas fazer escolhas dentro de um determinado estilo. Uma multiplicidade de estilos e adoração está disponível e dentro de cada estilo devemos escolher os elementos que adequadamente transmitem os verdadeiros valores da adoração.

Formas e formatos não são a meta ou o propósito da adoração. Eles são agora resultados e conseqüências de nossa reflexão sobre adoração. A essa altura, novas perguntas surgirão e orientarão nossa busca da verdadeira adoração:

  • Como podemos captar o senso de santidade na adoração? 
  • Como podemos moldar o serviço de adoração, de forma que o adorador seja conduzido a concentrar-se em Deus, em vez de na música ou na pregação? 
  • Como podemos expressar alegria e reverência na adoração e manter o equilíbrio entre as duas? 
  • Que expressões de adoração podem ajudar os membros da congregação a se tornarem melhores praticantes de sua fé, ou seja, exercer misericórdia e justiça, os sinais da verdadeira adoração? 
  • Como o serviço de adoração pode comunicar nossa mensagem ao mundo? 

Precisamos reaprender como adorar. O segredo para conseguir isso é reaprender como nos ligarmos a Deus em um nível pessoal. A adoração corporativa principia no nível pessoal. À medida que aprendermos a conhecê-Lo melhor e como nos aproximarmos dEle, à medida que aprendermos a maneira de nos dirigirmos a Ele e de nos relacionarmos com nossos companheiros de adoração, descobriremos como tornar nosso serviço de adoração mais significativo. 

Fonte: Diálogo Universitário.

Um oceano de ideias

por: Daniel Azevedo

Johann Sebastian Bach (1685-1750) é considerado por muitos como um dos maiores gênios musicais do mundo ocidental. Sua obra é amplamente executada e apreciada, não somente no meio erudito, mas em diferentes contextos e segmentos musicais. Nascido em Eisenach, Alemanha, Bach era membro de uma família de músicos. Foi violinista, cravista, organista, regente de corais, compositor e educador musical, entre outras ocupações. 

Em seu livro J. S. Bach for Electric Bass, o Ph.D. Bob Gallway afirma: “Músicos de Ludwig van Beethoven a Keith Jarrett têm estudado Bach, e sua obra tem proporcionado prazer e inspiração por mais de 200 anos. Desde sua criação, as composições de Bach têm sido tocadas em quase todo instrumento musical imaginável”. O autor destaca ainda que qualquer baixista, independentemente de seu estilo musical ou foco de atuação, certamente alcançará um significativo avanço nos aspectos técnica, apreciação e compreensão musical, através do estudo e domínio de suas peças.

Meu interesse maior pela obra de J. S. Bach surgiu durante a faculdade de Licenciatura em Música. O contato mais significativo ocorreu em aulas expositivas da disciplina de História da Música, onde pude apreciar peças belíssimas desse inigualável compositor do período Barroco. Mais tarde, ao pesquisar sua vasta obra, encontrei fontes preciosas de ideias e possibilidades musicais. Ao mergulhar nesse universo de novas sonoridades e estímulos, fui naturalmente motivado a estudar outros instrumentos, como o violão erudito e o violoncelo.

Na adolescência, tive contato com a música erudita de diferentes períodos. As composições de Vivaldi, Beethoven e Mozart me fascinavam, mas pouco conhecia a respeito da influência de Bach sobre os compositores dos classicismo e do romantismo. "Estude Bach! Aí você encontrará tudo" - Johannes Brahms, citado em Johann Sebastian Bach: an introduction to his life and works‎, p. 19. Ludwig van Beethoven, que o considerava o pai da harmonia, afirmou: "Bach (riacho, em alemão) deveria se chamar Ozean (oceano) e não Bach!". 

Bach é também o mais influente compositor cristão da história da música. Segundo ele, "o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser outro além da glória de Deus e a renovação da alma". Bach costumava concluir suas obras com as iniciais S. D. G. (Soli Deo Gloria), dedicando-as "à glória de Deus somente".

Ao passar tantos anos com minha atenção voltada exclusivamente para a música popular, com suas infinitas vertentes, perdi de vista o fundamento de quase tudo o que se constrói em música há séculos. Por vezes, questionei o fato de haver tantos métodos sobre música barroca, dedicados ao contrabaixo. Hoje, compreendo o valor desses estudos e a razão do profundo interesse de instrumentistas em geral, compositores e arranjadores, pelo trabalho de Johann Sebastian Bach. O impacto de suas ideias se estende ao longo da história da música ocidental, alcançando os nossos dias.

A música e o sobrenatural III

A música cubana é popularmente conhecida como salsa. É composta de ritmos extremamente envolventes e dançantes, que se distinguem pela repetição de ideias rítmicas, com a presença constante e excessiva de síncopes (deslocamento da acentuação natural da música). É praticamente impossível não se mover ouvindo música cubana. 

Por aproximadamente dois anos, participei de um projeto musical em Porto Alegre, tocando somente ritmos cubanos. Tratava-se de um grande grupo, com diferentes instrumentos de percussão, como timbales, congas, bongôs e outros, além de metais, contrabaixo, teclado e, é claro, um cantante à frente do grupo. 

As apresentações com essa banda de salsa aconteciam em casas noturnas, festas particulares, shopping centers e espaços culturais. Sempre que possível, havia a participação de dançarinos profissionais e alunos de suas academias de dança de salão. As pessoas dançavam realizando movimentos sensuais e todos bebiam e se excitavam com aqueles ritmos hipnóticos. Não poucas vezes, presenciei cenas de assédio e traição. E lá estava eu, tocando contrabaixo, promovendo as frequências graves que, somadas aos motivos rítmicos dos diferentes instrumentos de percussão, criavam o ambiente sonoro ideal para a dança e a libertinagem. Os resultados sobre o público não eram diferentes daqueles produzidos nos shows de rock, ou seja, tínhamos ali pessoas excitadas, eufóricas, fisicamente estimuladas, que agiam, não de modo racional, mas sim, movidas por paixões baixas. 

Houve uma ocasião em que tocamos na inauguração de um pequeno bar, cujos donos eram cubanos. Naquela noite, houve um episódio curioso. Enquanto o público dançava, eu e os demais músicos nos divertíamos com o ritmo contagiante e também com o cantante cubano que estreava no grupo, com seus improvisos de melodia e letra (pregón). Então, o pianista sugeriu um coro diferente sobre aquela mesma música. Agora, todos nós não apenas tocávamos nossos respectivos instrumentos, como também cantávamos o novo coro, repetindo as mesmas palavras, muitas e muitas vezes, ao som ininterrupto dos tambores. Tudo soava natural, quando comparado ao repertório do grupo, pois as demais músicas também continham coros repetitivos, sobre os mesmos ritmos envolventes. Mas havia algo mais naquele momento, alguma sensação diferente, muito atraente e estimulante. Era uma sensação de prazer crescente. 

Mais tarde, durante o intervalo, procurei o pianista e também líder do grupo, para lhe perguntar sobre o significado dos versos em espanhol que havíamos cantado com tanto entusiasmo. Tratava-se de uma reza, um cântico de adoração a uma “entidade”, um “orixá”. Na verdade, enquanto tocávamos e cantávamos aquela reza, de modo repetitivo e contagiante, estávamos invocando a presença de um espírito (um demônio ou anjo caído) naquele local. 

Por muito tempo, permaneci às cegas com relação à verdade sobre a imortalidade da alma. Não foi difícil conectar o acontecimento com lembranças da infância, das vezes em que fui levado pelos familiares a sessões espíritas e reuniões em casas de umbanda. Nesses lugares, testemunhei eventos sobrenaturais, como possessões, curas e outros rituais. Lembro-me bem dos cânticos de adoração, cantados de modo repetitivo, conduzidos pelos tambores com um ritmo contínuo.  

Podemos conhecer o que a Bíblia nos revela sobre o espiritismo ou a feitiçaria em seus múltiplos disfarces em textos como Deuteronômio 18:10-12, Isaías 8:19-20, Levítico 19:31, Eclesiastes 9:5-6, Levítico 20:6 e outros. Podemos entender de forma clara e objetiva o quanto Deus abomina e condena tais práticas.

Ao observar a história da música ocidental, percebo a trajetória e o desenvolvimento de determinados ritmos, bem como seu uso em rituais pagãos e sua presença na música popular contemporânea. Além disso, a ciência hoje é capaz de comprovar quais são os resultados de ritmos e melodias monótonos sobre a mente humana.

A relação torna-se óbvia. Urgente é a necessidade de vigiarmos, guardarmos as avenidas da alma, os sentidos, através dos quais exercitamos a contemplação.  

"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus." Gálatas 5:19-21 

A batalha sonora

O vídeo a seguir apresenta o ex-artista de hip-hop Ivor Myers em uma de suas palestras. Myers fala de suas próprias vivências musicais e explica, de forma prática e objetiva, quais são os riscos físicos, morais ou espirituais do envolvimento com determinados ritmos e estilos da música popular. Aproveite!



Livre das garras do sucesso

Por mais de 25 anos, o jornalista e autor Miguel Bispo dos Santos dedica-se a pesquisas sobre os diferentes gêneros musicais e seus efeitos na mente humana, realizando palestras por todo o Brasil. Seu testemunho tem alcançado a confiança de comunidades que se preocupam com a influência da música sobre a mente e o comportamento de menores, principalmente. A entrevista a seguir foi publicada no site Criacionismo.

Miguel Bispo dos Santos sempre esteve muito envolvido com a música secular, especialmente do tipo rock. Vivia longe de Deus e buscava simplesmente a fama e o dinheiro. Até que percebeu que essas coisas, em última instância, não trazem a verdadeira felicidade e a esperança. Descobriu algo mais importante para sua vida e tomou outro rumo, abrindo mão de tudo o que o sucesso poderia lhe oferecer. Nesta entrevista, concedida a Michelson Borges, o autor do livro Livre das Garras do Sucesso (Casa Publicadora Brasileira) fala um pouco dessa experiência:

Fale um pouco de sua vida antes de conhecer o evangelho.

Fui criado em lar cristão e descobri desde cedo que tinha o dom de compor. Escrevi muitas letras de músicas de diversos estilos. Dos 13 até os 18 anos, preparei mais de 300 músicas, chegando a gravar duas fitas. As pessoas ao meu redor acreditavam mesmo que eu teria um futuro promissor no mundo musical. E eu também acreditei que isso era de fato importante. 

Como seu interesse pela música rock foi despertado e que influência ela teve em sua vida?

Nos anos 1980 passei a admirar a música rock’n’roll. Não o rock pesado (heavy metal). Gostava de algumas bandas nacionais, mas nunca me identifiquei com o tipo de admirador que se deixava influenciar, a ponto de deixar os cabelos exageradamente crescidos, de fazer tatuagens no corpo, usar drogas, ou ser “fã de carteirinha”. Felizmente, conseguia ter equilíbrio, discernimento e, ao mesmo tempo, prestava atenção nas letras e não me deixava levar por suas propostas.

Fale sobre sua conversão.

Foi algo surpreendente. Eu acreditava que um dia conheceria o infinito ou que aceitaria a existência de um Deus poderoso, pois o pouco que aprendi na Igreja Batista, que freqüentei por algum tempo, me ajudou a ter cuidado e direção. A frase bíblica que mais me marcou foi: “Se Deus é por mim, quem será contra mim?” 

No fim dos anos 1980, minha vida começou a ser direcionada mais ainda para a verdade. Lembro que, aos 13 anos, compus um louvor sobre a volta de Jesus, depois de ter sonhado com Ele me salvando, voltando e me chamando. Com efeito, a onisciência de Deus é real, pois está escrito: “Senhor, Tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.” Salmo 139:1 e 2. Não é da vontade de Deus que as pessoas se percam. 

Minha conversão aconteceu num momento em que eu estava com 18 anos e começava a colher os frutos da dedicação à música popular brasileira (MPB). Fui convidado a escrever letras de música para uma banda de rock recém-organizada e que se preparava para gravar seu primeiro disco por uma gravadora. Foi aí que tive de tomar uma grande decisão. Orei a Deus pedindo orientação, ou seja, se eu deveria ou não assinar o contrato. A voz que me falou à consciência foi a resposta de Deus: “Miguel, aqui não é o seu lugar. Eu não quero você aqui.” Cumpriu-se, então, a Palavra do Senhor: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.” Gênesis 50:20. 

Depois disso, passei a procurar uma religião. E ao conhecer a verdade, fui abordado por Satanás que tentou de tudo, desde a fama até o poder no mundo da música, para que eu não aceitasse Jesus. Travou-se em mim a renhida batalha entre o bem e o mal. Graças a Deus, o bem venceu! 

(Para mais informações, recomendo a leitura do livro Livre das Garras do Sucesso.)

Por que o estilo de música rock é incompatível com o cristianismo?

Luz e trevas não se misturam. De 1950 para cá, se constatou que em todo o mundo os guitarristas usam o artifício hipnotizador e ultra dançante, do sistema chamado riff de guitarra. Com ele, as mentes são alvo fácil. Esse sistema contribui para a popularização de vários grupos musicais e os jovens se acham indefesos contra os efeitos dessas músicas. Em Salmo 1:1 está escrito: “Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado.”

Por que a música é tão poderosa em influenciar as pessoas, especialmente os jovens?

O poder da música em influenciar pessoas já vem de muito tempo. Aprendemos que Lúcifer fora regente do coro celestial até que se rebelou contra Deus, e ao ser expulso do Céu caiu com todo o seu conhecimento. Sendo assim, só existem dois espíritos inspiradores da música: o de Deus, Criador, e o de Satanás, criatura. Ou seja, a música é muito mais do que aquilo que se apresenta em um conservatório musical.

O nome rock’n’roll vem da gíria dos negros norte-americanos do início do século 20, que usavam a expressão rock’n’roll para falar do ato sexual. Ao que se sabe, o primeiro registro musicado dessa junção erótica dos verbos to rock (balançar) e to roll (rolar) está num blues gravado pelo cantor Trixie Smith, em 1922, intitulado “My daddy Rocks Me (With One Steady Roll)”, que se poderia traduzir mais ou menos assim: “Papai me balança (com um rolar ritmado)”. Essa conotação sensual se usava nas letras de rhythm’n’blues; era uma febre dançante dos anos 1940 que, ao quebrar a barreira racial e conquistar os adolescentes brancos, ganhou um novo nome: rock’n’roll. Quem a batizou foi o disc jockey (DJ) Alan Freed, principal responsável por essa popularização através de um programa de rádio. Ele estreou em 1951 com o nome de “The Moondog House” (A Casa do Cão-da-Lua), mas um processo do músico Louis “Moondog” Hardin, cuja canção “Moondog Symphony” havia inspirado o apelido, levou Freed a mudar o nome, em 1954, para “Rock’n’Roll Party” (Festa do Rock’n’Roll). Mas o certo é que essa expressão, no entanto, já ganhara um significado mais amplo do que um ritmo sensual, dança agitada, com batidas fortes e para ser diversão ou entretenimento. Não seria mais apenas sexo, sexo e sexo. 

Está aí a razão para que tais ritmos dominem milhões e milhões de jovens em todo o mundo. O rock veio de fontes turvas. O que parece ser uma diversão é, na verdade, uma profanação e idolatria.

Que critérios um cristão deve ter ao escolher que música ouvir?

Todos os que assistem à televisão, aos vídeos e aos DVDs, devem adotar o mesmo critério. Cumpre observar o que se acha revelado em Filipenses 4:8 e 9: “Por último, meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente. Ponham em prática o que vocês receberam e aprenderam de mim, tanto com as minhas palavras como com as minhas ações. E o Deus que nos dá a paz estará com vocês.”

Por que resolveu escrever um livro contando sua experiência?

Comecei as pesquisas em 1983; iniciei as palestras em 1988, e o livro foi lançado no ano 2000, pela Editora Tempos. Em 2003, foi editado pela Editora Adelfo; e em 2004, pela Casa Publicadora Brasileira, que então adquiriu os direitos de publicação. Escrevi o livro Livre das Garras do Sucesso porque, nos meus 20 anos de ministério pessoal e voluntário, vi a necessidade dos jovens, em particular, e a carência de uma obra específica sobre o assunto, em geral, para todos conhecerem a verdade sobre seus frágeis ídolos. 

A experiência no trato com os jovens tem demonstrado que poucos deles sabem o fim trágico que tiveram os cantores e artistas, talvez por desconhecerem com quem estivessem lidando – o príncipe do mal. Esse inimigo tem levado muita gente à sepultura; pessoas que, se tivessem sido alertadas com maior ênfase, talvez ainda estivessem vivas, como eu, para testemunhar da libertação encontrada em Jesus. 

A verdadeira sabedoria é dom de Deus: “Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar do entendimento?”. “Só Deus conhece o caminho; só Ele sabe onde está a sabedoria.”. “E Ele disse aos seres humanos: ‘Para ser sábio, é preciso temer o Senhor; para ter compreensão, é necessário afastar-se do Mal.” Jó 28:20, 23 e 28.

“Mas se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e Ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.” Tiago 1:5

Contatos com Miguel Bispo dos Santos: miguellbispo@yahoo.com.br

Os cristãos e a indústria do entretenimento II

por: Ivor Myers

Vamos conversar sobre hipnose. Vocês percebem que hipnose ocorre quando uma mente controla outra mente e você começa a agir de uma forma que não é habitual para você; você começa a ser alguém que você não é.

Irmãos e irmãs, estamos sendo hipnotizados, e nem percebemos isso. Abram suas Bíblias em Colossenses capítulo 1, verso 23, Paulo diz: 'se é que permaneceis na fé, fundamentados e firmes, sem vos afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, do qual eu, Paulo, me tornei ministro'. É o propósito do Diabo afastar-nos do evangelho. Paulo não está falando de afastamento físico, mas sim de afastamento mental. Em Colossenses capítulo 3, verso 2, ele diz: 'Pensai nas coisas de cima e não nas que são da terra'. Não permitam que as suas afeições e as suas emoções sejam afastadas do evangelho. Não permitam.

É interessante que a palavra inglesa 'move' signifique 'remover de um lugar para outro', e também é interessante que a palavra inglesa 'emotion' tenha o mesmo significado da palavra 'move'. Em inglês a formação da palavra é 'e – motion', que significa 'ser movido'. Quem pode me dizer o significado de 'caráter'? São os pensamentos e sentimentos, é a maneira como pensamos e sentimos, são as emoções. Não quero que minhas emoções sejam afastadas do evangelho. Quantos de vocês sabem o motivo dos 'movies' (filmes) serem assim chamados? O que esses 'movies' poderiam estar fazendo a nós? É isso, nos movendo para longe do evangelho de Jesus Cristo. Vocês percebem que em uma ou duas horas de filme nossas emoções ficam fora de nosso controle? Choramos quando alguém morre, nos alegramos quando um vilão morre, ficamos zangados. Então, o que acontece quando nossas emoções são assim tão manipuladas? Simplesmente damos continuidade a esse mesmo processo; e quando vamos à igreja, reproduzimos isto.

Quantos sabem o que significa a palavra 'telekineses'? É a habilidade de mover ou deformar objetos sem tocá-los. É possível que o Diabo esteja usando 'telekineses' através dos filmes para destruir e deformar o nosso caráter. É muito interessante perceber que a palavra 'cinema' vem da palavra 'kineses'. Quando vamos ao cinema, ou para um 'movietheater', estamos indo para quê? Para sermos movidos. Quando assistimos filmes, o que vemos? Ação, excitação, drama, suspense. Ao voltarmos para casa carregamos todas essas coisas conosco. Depois queremos voltar novamente para ter mais dessas emoções.

Tudo é feito para que desejemos mais e mais, e assim somos mantidos presos a este processo, porque é como uma droga; nunca é o bastante e ficamos necessitando mais e mais disso. Então, quando vamos à igreja, ficamos entediados e sem ânimo para estudar a Palavra de Deus; não sentimos nenhum excitamento, nenhum drama, nenhum suspense e aí pegamos no sono sem perceber que isso é o efeito do encantamento, da feitiçaria.

Vamos falar sobre 'video games'. Eles fazem parte da indústria do entretenimento. Já percebemos que quase todos os 'video games' são produzidos para estimular a agressividade? O Diabo nos induz a acreditar que se trata apenas de um jogo, que não é real e por isso não há nada errado nisso. O problema com esses jogos é que Jesus afirmou que as más imaginações são pecados; e o pecado começa na mente. Se um homem olhar para uma mulher e imaginar pensamentos impuros, ele já adulterou com ela. Se jogamos um 'video game', somos culpados do desejo de matar, mesmo que seja na nossa fantasia.

O Diabo sabe o quanto a imaginação é poderosa, e sabe o que acontece quando damos a nossa imaginação para Deus, ou quando a afastamos dEle. O povo antes do dilúvio foi destruído porque 'a maldade do homem na terra era grande e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era continuamente má' (Gênesis 6:5).

Os meios, as ferramentas, os instrumentos usados hoje são outros, mas os propósitos do Inimigo ainda são os mesmos. Em Isaías capítulo 26, verso 3 diz: 'Tu conservarás em perfeita paz aquele que tem seu propósito firme em Ti, porque confia em Ti', ou seja, Deus conservará em perfeita paz aqueles cuja imaginação permanece nEle. Mas o que quer o Diabo? Mover nossas emoções e imaginações para longe de Deus.

Irmãos e irmãs, o caráter é formado por pensamentos e ações. A música tem dois componentes: letras e sons. As letras expressam pensamentos, e os sons expressam sentimentos. É possível que a música seja um canal através do qual o caráter esteja sendo mudado. A música é um dos instrumentos que o diabo usa no povo de Deus nos dias de hoje. Isto funciona como uma droga.

Nestes dez anos de convertido, algumas vezes, viajo em meus próprios pensamentos e todas aquelas músicas aparecem em minha mente. As palavras são muito más e vulgares. Clamo ao Senhor para que me dê vitória sobre isso. Digo aos irmãos e irmãs: Quanto mais tempo você permanece caminhando na vereda do Inimigo, mais difícil é sair fora.

A música Rap em Nova York originou-se em gangs. Depois que se tornou popular, concluíram que era uma música boa para canalizar a agressividade e a violência dos jovens. Permitam que eu diga uma coisa: esta música tem um forte conteúdo hipnótico, porque usa palavras e refrões repetitivos que valem como expressões de ódio, agressividade e rebelião, como também são assim as músicas de Rock Reggae.

Após cada sermão sobre esse assunto tenho aprendido muito com o feedback das pessoas que assistiram. Parece que alguns interpretam que de alguma maneira estou atacando a minha cultura de raça. Alguns pensam que estou aqui para atacar a música negra e exaltar a música dos brancos. Não se trata disso. No meu tempo de jovem no colégio meu apelido era 'África', porque eu estava totalmente envolvido com o 'Orgulho Black'; eu estava comprometido com o 'Black isso', com o 'Black aquilo'. Digo a vocês que o Diabo me colocou profundamente na ideologia de que as pessoas negras são as melhores pessoas do mundo e, meus irmãos e irmãs, este é o mesmo pensamento que tinha o povo judeu antigo, eles achavam que eram as melhores pessoas do mundo.

A questão aqui não é sobre preto e branco. O assunto é sobre céu e inferno. A luta não é contra a carne, mas sim contra espíritos malignos. A verdade que aprendi é tão transformadora que eu penso que a melhor maneira de valorizar minha negritude é Jesus, e isto não tem ligação nenhuma com o 'Orgulho Black'. Espero que nenhum de vocês se sinta ofendido. Eu amo meus irmãos e irmãs negros. Amo minha cor, amo meu país que é a Jamaica. Mas antes de ser um jamaicano eu sou um cristão. Sou um cristão antes de ser negro. Essa música agressiva tem espalhado violência ao redor do mundo, e o que é interessante: Vocês percebem que a cultura Hip-Hop nunca fala sobre a união da família? Quantos percebem isso? É assim porque este tipo de música existe para pregar rebelião. Como também vocês nunca ouvirão uma música Rap dizer "eu amo minha esposa". A cultura Rap fala sobre "quantas garotas posso possuir", "quantas garotas isso", "quantas garotas aquilo".

A música expressa emoções; e as emoções que existem neste tipo de música Rap são: "Não quero seguir a Deus, eu quero seguir minhas próprias inclinações". As letras deste tipo de música são rebelião. Vocês percebem que a música Hip-Hop divide famílias? A música Rap dividiu a minha própria família. Então, não é de se espantar que estes resultados estejam dentro das igrejas, uma vez que os nossos jovens ouvem este tipo de música. É possível separar a música Rap da cultura Rap? Quantos percebem isso?

As músicas RapReggae Rock refletem uma cultura. Por isso, é totalmente impossível separar a música de sua cultura. Vocês sabem o que está acontecendo? Quando trazemos este tipo de música para dentro da nossa igreja, invariavelmente começamos a seguir a cultura que aquela música representa e, então, o vestuário e tudo o mais se tornam inadequados ao cristão.

Irmãos e irmãs, o Diabo coloca lobos no meio das ovelhas de Deus. Isto é desonesto. Estou falando sobre lobos vestidos de ovelhas para causar confusão. Agora, vamos considerar as ovelhas com peles de lobos. É possível que alguns possam estar dizendo: Sabe, eu sou uma ovelha, mas vou me vestir com pele de lobo para conquistar as pessoas. Deus nos diz: Deixem o lobo ser lobo, e a ovelha ser ovelha.

É preciso deixar uma clara linha divisória entre essas duas categorias para que o mundo olhe e identifique quem são os cristãos. Essa linha divisória fica bem demarcada a partir dos frutos. Na Bíblia lemos que 'pelos seus frutos os conhecereis'. Quando olhamos para os frutos do Rock Gospel, do Rap Gospel, do Reggae Gospel, vemos que esta música na igreja está afastando as pessoas jovens das pessoas mais velhas. Isto tem causado mais divisão do que união.

Irmãos e irmãs, a última profecia no livro de Malaquias, no Antigo Testamento, diz que se converteria o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. Mas o que este tipo de música, este tipo de cultura, está fazendo é levar o coração dos pais para longe dos filhos e o dos filhos para longe dos pais. Quantos acreditam que eu estou dizendo a verdade? Quantos conseguem ver isso? Vamos lá jovens e idosos. Nós vemos isso claramente. Alguns podem dizer: eu não vejo nada de errado com isso, mas tudo o que temos de fazer é olhar para os frutos.

A partir do momento que este tipo de música entrou em nossas igrejas, e os jovens ouvem isso, eles se sentem com cada vez menos disposição para estudar a Bíblia. Dizem: eu sinto alguma coisa boa com isso. Isso deve ser santo, porque se eu choro então isso deve ser justo; se eu sinto isso do fundo de meu coração, então eu estou aprovado diante dos olhos de Deus. Os jovens estão substituindo o estudo da Palavra de Deus por aquilo que sentem.

Um outro terrível resultado que vejo neste tipo de música é o ódio. A Bíblia diz que se alguém odeia seu próximo, esta pessoa não é de Deus. Paulo afirma que se meu estilo de vida ofende, escandaliza meu próximo, o que devo fazer como cristão é abandonar o meu estilo de vida em respeito ao meu próximo.

Com frequência ouço muitas pessoas mencionando coisas como essas: 'Eu acho que isso é uma coisa que não ofende a DEUS. Eu acho que se eu fizer deste jeito, DEUS não vai se ofender com isso'. Não sigam pelo caminho que vocês acham ou vocês sentem. Às vezes alguns dizem: 'Qual a letra cristã que melhor se encaixa com este tipo de música?' Mostrarei para vocês em Atos 16 uma história em que Paulo foi confrontado por uma mulher possuída por um espírito maligno. Quantos se lembram dessa história?

Em Atos 16:16 diz que a caminho para o lugar de oração, veio ao encontro deles uma mulher possuída de um espírito de adivinhação e que dava grandes lucros aos seus senhores. Em Atos 16:17 diz que ela seguia Paulo e clamava: 'Estes homens são servos do DEUS Altíssimo e anunciam o caminho da salvação'. Vocês acreditam no que vocês leram? Aqui está um espírito maligno dizendo qual tipo de palavra? Dizendo boas palavras, palavras verdadeiras. Quantos de vocês pensam que Paulo ficou satisfeito com isso? Ela estava com espírito maligno, porém dizia boas palavras; então, esta combinação é boa? Quantos de vocês estariam satisfeitos com isso? Vamos ver o que aconteceu no versículo 18. Isto se repetiu por muitos dias. Paulo ficou indignado. Paulo ficou como? Indignado. Irmãos e irmãs, deveríamos ficar indignados quando vemos uma mistura do sagrado com o profano. Paulo ficou indignado e disse: “Em nome de Jesus Cristo ordeno que se retire dela”. Por que Paulo fez isso? Porque Paulo entendeu que aquela mulher estava zombando da mensagem do Evangelho.

Aqui vemos uma feiticeira que diz boas palavras. Por isso, as pessoas dizem que ela é boa e apenas parece feiticeira; ela faz e diz boas coisas, não importa o resto. Então, observamos o Rap Gospel, o Reggae Gospel e dizemos que fazem isso para Cristo e que está tudo bem. Está realmente tudo bem? Irmãos e irmãs, isto é zombar de DEUS, é desrespeitar DEUS, quando nos orgulhamos. E falo de mim também, quando eu me apresentava vestido com o visual Hip-Hop, dizendo que fazia aquilo para Jesus, isso era orgulho.

É absolutamente impossível ser humilde tendo este ponto de vista. O Diabo conhece um truque para enganar os cristãos. É só usar a palavra 'Cristo' em todas as coisas e os filhos de Deus são enganados. Ele fez isso com o dia de adoração. Os pagãos adoravam no domingo, então o Inimigo cristianizou isso, conseguindo trocar o sétimo dia da semana (sábado) para o primeiro dia da semana (domingo). 

Alguém já ouvir falar de boxe cristão? Alguém que entra no ringue de lutas e faz uma oração a Deus para ajudá-lo a socar o seu oponente? Já viram isso? Eu não estou brincando. Basta usar a palavra 'cristão' que fica tudo bem. Agora existem Rock CristãoReggae CristãoHip-Hop Cristão e se vocês acessarem a internet vocês encontrarão feiticeiros cristãos. Não acreditam nisso? Podem acessar a internet e digitar “feiticeiros cristãos”. Tudo que o Diabo precisa fazer é usar a palavra 'cristão' e somos enganados.

Eu quero ler uma coisa para vocês. Existe um estudo científico sobre música. Quantos ouviram sobre estes estudos? Foram feitos estudos com vários tipos de música com ratos. Colocaram ratos em diferentes gaiolas com labirintos. Em uma delas usaram Rock nos mesmos decibéis que nas outras gaiolas que usaram outros tipos de músicas. Todas as músicas eram instrumentais. Observaram que na gaiola em que os ratos permaneceram ouvindo Rock, os ratos não conseguiram encontrar o caminho de saída e agrediam uns aos outros até a morte. Os ratos das outras gaiolas conseguiram encontrar o caminho de saída do labirinto. Irmãos e irmãs, se vocês pensam que música não afeta o nosso caráter, tudo que vocês precisam fazer é pesquisar este assunto cientificamente

Quero fazer um apelo. Quando os efésios se tornaram cristãos, a Bíblia diz que eles queimaram os livros de magia. Vocês vieram aqui nesta manhã, ouvir toda esta pregação sobre feitiçaria e disseram: "Essa mensagem não é para mim, porque não conheço ninguém que esteja lutando contra feitiçaria e eu não estou lutando contra feitiçaria porque eu sou um bom cristão". Agora vocês percebem que têm livros de magia em suas casas. Vocês sabem o que significa quando digo livros de magia? Vocês adquirem vídeos, DVDs, músicas, coisas que vocês assistem na TV; e agora vocês sabem que tudo isto é o poder da feitiçaria.

Ficamos surpresos sobre o motivo de não conseguirmos limpar nossas casas e jogar tudo no fogo. A Bíblia diz que deveríamos ser quentes e não mornos. Deus diz que preferia que fôssemos frios, mas nunca mornos. Vocês entendem que é impossível ser quente e frio ao mesmo tempo? Que é impossível ser quente para Deus e ao mesmo tempo ser leal ao mundo?

No livro de Daniel capítulo 12, verso 4, a Bíblia diz que a estrela de Deus brilhará no firmamento. Existe uma guerra de estrelas acontecendo: as estrelas de Hollywood contra as estrelas de Deus. As estrelas de Deus conduzem a atenção das pessoas para Jesus Cristo; e as estrelas de Hollywood direcionam as pessoas para lhes assistirem. Deus chama as jovens estrelas dEle para que se levantem contra aquelas estrelas que estão invadindo as igrejas e rompam com essas estrelas dizendo: "Não vou ser envolvido por isso, permanecerei sólido, permanecerei forte".

Ivor Myers é ex-integrante do grupo norte americano de hip-hop Boogiemonsters e autor do livro Novo Ritmo (Casa Publicadora Brasileira, 2012). O texto apresentado foi extraído de uma de suas palestras.


"Não amem o mundo, nem o que há nele. Se vocês amam o mundo, não amam a Deus, o Pai. Nada que está no mundo vem do Pai. Os maus desejos da natureza humana, a vontade de ter o que agrada aos olhos e o orgulho pelas coisas da vida, tudo isso vem do mundo. O mundo passa, com tudo aquilo que as pessoas desejam, porém quem faz a vontade de Deus vive para sempre." I João 2:15-17

MÚSICA E CONTEMPLAÇÃO
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